sexta-feira, 5 de abril de 2019

Wake up, Natália, open your eyes




Despertar

Às vezes acordo de um sono profundo.

Um sono profundo que distorcia minha visão. Que me fazia insistir em coisas que não eram para mim. Uma névoa embaçava minha vista, deixando-a turva, apagava o que eu deveria enxergar e deixava somente o que eu queria ver. Minha intuição é meu terceiro olho. Não deixa nunca que eu mergulhe profundamente em águas que não são para matar minha sede e, sim, para me afogar. E eu sempre salto, salto do alto de olhos fechados. Porque o mal pode ter sono leve, mas quem me protege não dorme nunca.

E eu desperto, dando um pulo na cama. Coloco meu café na xícara. A sensação é de flutuar. Pensamentos mil. Cabelo bagunçado. O chão da cozinha está gelado. Parece um dia qualquer. Parece uma manhã ordinária de uma semana aleatória de abril. Mas é como se eu usasse os olhos pela primeira vez fora da Matrix.

Olho para a linha do horizonte, a cegueira branca foi embora, enxergo mais nítido, as cores estão mais vibrantes. Agradeço por mais um dia, agradeço por estar de pé, agradeço por acordar.

Agradeço pelo DESPERTAR. 

Wake up, Natália, open your eyes. This is the end of your lucid dream. Best regards, Life Extension.

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