domingo, 16 de dezembro de 2012

Vazio

Todos os "quase" me atormentam de uma vez só, como gotas infinitas caindo sobre uma superfície de madeira em noites de insônia.
Imagino todos os acontecimentos passando diante de meus olhos, tão rápidos como árvores ao longo de uma estrada, a lugar nenhum.

Não é um arrependimento, é um descontentamento acomodado. A saudade que não matei, o livro que não li, as viagens que não fiz e as coisas que não disse. Que se tivesse uma nova oportunidade, também não os faria.

Pouco importa. Qualquer tédio que me consuma, qualquer alegria que me entristeça. Porque estou em um estado de constante nada, toda e qualquer coisa nenhuma habita meu ser.

Umas poucas palavras que nada dizem, sons que não escuto e pessoas que não vejo. Um incômodo cômodo.

Um vazio por si só, que me preenche por completo.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Des-sono

Desacordo, desatino e desando a pensar.
De dia, desconcentro
À noite, desdurmo.
Desfaço o laço,
Mas desacostumo.
À noite reescrevo, re-falo, ressalto, repito
De dia desisto, desespero e desembaraço.
À noite revejo, refaço, reitero
De dia resisto, reparo, não quero.
À noite des-mudo, insisto e declaro
O ciclo recomeça de dia, ojerizo, arrependo e me calo.
À noite, tudo vem à tona. Des-sono, desassossego, despreocupação
Prossigo, não mudo, não cresço, não paro e nada, nada me faz des-pensar.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Sossego

Sempre que vislumbro o sossego, a inquietude perturba em dobro. Alimenta meu silêncio e depois me faz quebrá-lo. Inconstância. Qualquer vestígio de equilíbrio me afasta. Há tempos não degusto a paz. Só quero fechar os olhos e dormir. Mais nada.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Recomeço

Não bastasse eu estar cansada de todas as minhas postagens pernósticas, também resolvi renovar este blog.